As flores têm cheiro de morte.

Mesmo se eu cortasse os meus pulsos, e o resto do me corpo inteiro eu não sentiria dor. Estou caminhando em um corredor escuro, estou cega. Eu não estou conseguindo caminhar direito, para ser franca. Os parques estão recobertos com flores, flores por todos os lados. Só que as flores têm cheiro de morte. Estou com medo porque estou perdendo sensibilidade, e tenho medo de me aproximar desse tipo de morte. Eu não sinto a dor, nem os esforços mais masoquistas que pratiquei alguém podem trazer um pouco de agonia. Na solidão e silêncio do meu quarto meu comportamento já é inexistente. 


 Eu preciso aceitar que nada está bem, mas eu continuo fingindo. Eu preciso parar de fingir. Essa encenação está me levando à morte. 


E a dor, está sim, aqui.