terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Postado por Aline Theodoro. às 07:38
Eu amo esse sentimento solitário, quando ele introduz-se levemente. Eu o odeio quando ele me traz a perspectiva da realidade. É estranho mas eu prefiro sentir a perca do que pensar que tenho tudo em mãos (e não possuir nada), mas eu odeio quando tudo acaba em cinzas. 
Quando as coisas parecem melhorar eu me sinto, sim, reconfortada, mas tudo acaba. E agora já estou ciente disso, e fico outra vez com a agonia. Eu a odeio de uma maneira insustentável e insólita quando ela me perturba pela noite. Odeio também a parte das contradições, pois, juro a todos que tudo está bem, e isso parece muito real pra mim, e de repente tudo se transforma no oposto. Como se isso mudasse uma vírgula. Eu sempre estou bem, isso é o que tento convencer-me. Uma parte que eu realmente amo em tudo isso é fingir. Fingir que nada está desabando ou definhando; isso acaba até sendo prazeroso. Não é querer sofrer, ou outra forma de masoquismo, é apenas estar bem com a própria ruína. Apesar de tudo me deixar inquieta, é uma coisa que me acompanhou a muito tempo, não saberia viver sem ela. Seria bom se ela prometesse nunca mais voltar, mas como não há previsões para que isso aconteça, eu a convido para fixar-se em mim. 
Isso aparenta ser dramático, mas não. Só estou, realmente, cansada de ser iludida com uma presença de sentimentos “bons” e depois ser liquidada novamente. Estou pedindo para acabarem com isso de uma vez. E não estou pedindo nenhum tipo de caridade. É para satisfazer o desejo da escuridão. Aquela que reparte meu coração e meus sentidos em dois.

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