segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As lágrimas de sangue.

Postado por Aline Theodoro. às 13:56
Então, ele acordou com o rosto completamente desfigurado. Demorou cerca de três minutos para lembrar dos monótonos seis dias anteriores. Lembra de ter chorado durante muitos dias seguidos. Lembrara até da insônia que o perseguia durante à noite. E ainda conseguiu lembrar que ela conseguira fazer seu estômago morrer. 

Não sei como, mas ele começou a repassar a cena. A porta, folhas jogadas pelo chão, cacos de vidros para todos os lados, fotos rasgadas. Lembra também dela dizendo que ia embora. Olhou para suas mãos, entre os dedos, conseguiu recordar dos murros que dera na parede. Gozou dos seus atos, empurrando-a na parede, gritando com ela, dizendo que ela-não-podia-fazer isso (sim, ela pode). Lembra do conhaque, lembra dos cigarros. Todos os soluços, todas as tentativas inválidas de esquecer. 

Não consegue suportar o cheiro de cinzas pela casa, o que sobrou das fotos delas. Ele grita, mas não consegue produzir som algum. Foi assim que ele suportou todos esses dias, gritando em silêncio. 

E, agora, está lavando seu rosto totalmente desfigurado no espelho quebrado. Volta pra cama, tenta dormir. E ainda sente, o resto do seu estômago, definhar.

2 Filosofadas legais.:

Rafael Queiroz on 7 de fevereiro de 2011 às 18:38 disse...

nooossa parabens!!

Aline Theodoro. on 12 de fevereiro de 2011 às 17:40 disse...

Obrigada!

Postar um comentário

 

Meu arroto filosófico Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos